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Inflação oficial fecha 2019 em 4,31% e fica acima do centro da meta
10/01/2020 09:23 em Todas

Em dezembro, o IPCA acelerou para 1,15%, maior taxa para um mês de dezembro desde 2002.

Por G1

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2019 em 4,31%, ultrapassando o centro da meta para o ano, que era de 4,25%. Em 2018, o índice ficou em 3,75%.

 

Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%.

 

 

"O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro subiu 1,15%, enquanto, em novembro, havia registrado 0,51%. Este foi o maior resultado para um mês de dezembro desde 2002, quando o IPCA ficou em 2,10%. Em dezembro de 2018, a taxa foi de 0,15%", informou o IBGE.

 

 

O resultado, divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do esperado pelo mercado. Os analistas das instituições financeiras previam uma inflação de 4,13% em 2019, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

 

Apesar de ter ficado acima do centro da meta, a inflação oficial ficou dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Pela meta estabelecida, a inflação poderia ficar entre 2,75% e 5,75%.

 

Perspectivas para 2020

 

Apesar da maior pressão inflacionária a reta final de 2019, puxada principalmente pelo alta do preço da carne, a expectativa é que a inflação permanecerá em patamar baixo.

 

 

Para 2020, os economistas das instituições financeiras projetam um IPCA em 3,60%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, o centro da meta é de 4%, um pouco menor que em 2019. A meta terá sido cumprida se o índice oscilar de 2,5% a 5,5%.

 

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros. A Selic terminou 2019 a 4,5% ao ano, nova mínima histórica, após novo corte de 0,5 ponto em dezembro, quando o BC indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto

 

 

A expectativa atual do mercado para a taxa básica de juros é de que a Selic encerre este ano em 4,50%.

 

Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

Metas para a inflação estabelecidas pelo Banco Central — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

 

 

Cálculo da inflação vai mudar em 2020

 

A partir do próximo resultado mensal, vai mudar a metodologia usada pelo IBGE para o cálculo da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

Diante dos novos hábitos de consumo dos brasileiros, identificados por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, o IBGE decidiu alterar em 2020 a cesta de produtos e serviços pesquisados mensalmente para se aferir a inflação.

 

A nova estrutura do IPCA vai considerar 377 produtos e serviços, com seis subitens a menos que a divulgada até 2019.

 

A pesquisa passará a incluir o acompanhamento de preços de 56 novos itens, como tratamento de pets e macarrão instantâneo. Já itens cujo peso ficou menor no orçamento das famílias, como aparelhos de DVD, máquinas fotográficas, microondas, orelhões e liquidificadores, sairão do cálculo.

 

A maior mudança foi a alteração do peso do grupo de transportes na composição do IPCA. Pela primeira vez, ele superou o grupo de alimentação e bebidas no orçamento familiar do brasileiro. Os transportes passam a representar 20,8% do indicador da inflação, enquanto o de alimentos passa a ser de 19%.

Mudança de hábito do brasileiro altera cálculo do IPCA

 

 

 

 

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