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Movimento pró-democracia vence eleições distritais em Hong Kong
25/11/2019 11:14 em Todas

Opositores ao governo local irão controlar 17 dos 18 conselhos distritais.

Por G1

 

Eleição em Hong Kong termina com ampla vitória dos candidatos pró-democracia

 

 

 

Após meses de protestos contra o governo, o movimento pró-democracia impôs uma derrota ao governo local nas eleições de domingo (24) e irá controlar 17 dos 18 conselhos distritais de Hong Kong, de acordo com a imprensa local. Até então, todos eles eram controlados por políticos pró-Pequim.

 

Wu Chi-wai, líder do maior partido pró-democracia de Hong Kong, afirmou nesta segunda-feira (25) que o bloco conseguiu quase 90% dos 452 assentos do conselho distrital, segundo a Associated Press.

 

A chefe do Executivo local, Carrie Lam, declarou nesta segunda-feira (25) que seu governo deseja "ouvir humildemente" a população. Em um comunicado, o governo do território semiautônomo disse respeitar os resultados, de acordo com a BBC.

 

Funcionários contam votos em Kowloon Tong, Hong Kong, neste domingo (24) — Foto: Athit Perawongmetha/Reuters

Funcionários contam votos em Kowloon Tong, Hong Kong, neste domingo (24) — Foto: Athit Perawongmetha/Reuters

 

Apesar do revés na votação, Pequim reiterou o seu apoio à Carrie Lam. "O governo central chinês apoia resolutamente a chefe do Executivo Carrie Lam na região administrativa especial", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.

 

Os conselheiros distritais têm pouco poder político e lidam principalmente com questões locais, como rotas de ônibus e coleta de lixo, de modo que as eleições distritais normalmente não geram esse interesse. Porém, a votação deste fim de semana teve uma participação recorde: superou 70% (um índice muito superior aos 47% das eleições anteriores de 2015). A votação foi encerrada sem grandes incidentes.

 

 

O movimento pró-democracia esperava que neste ano os eleitores utilizassem a votação para sinalizar o seu descontentamento com a chefe do Executivo local. Por isso, o resultado é considerado simbólico e pode forçar o governo a repensar a condução da crise que atinge o território.

 

Oficiais carregam uma urna para contar os votos das eleições do conselho de Hong Kong — Foto: Adnan Abidi/Reuters

 

Oficiais carregam uma urna para contar os votos das eleições do conselho de Hong Kong — Foto: Adnan Abidi/Reuters

 

A imprensa estatal chinesa minimizou a vitória dos democratas, sugerindo que governos estrangeiros teriam exercido influência na campanha e afirmando que os eleitores pró-Pequim estariam intimidados pela violência dos protestos.

 

Onda de protestos

 

A agitação política e social em Hong Kong, que começou em junho com protestos contra uma proposta de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes em Hong Kong para a China continental, transformou-se na pior crise política do território em décadas.

 

 

Face à resistência popular, o governo local, que havia proposto o projeto, demorou a voltar atrás e as manifestações acabaram se transformando em um movimento mais amplo: contra o aumento da influência chinesa no território, por mais democracia e pela instauração de um inquérito independente para apurar brutalidade policial na repressão dos protestos.

 

Os atos paralisaram o governo local e fecharam empresas e escolas.

 

 

 

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