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Psicóloga perinatal comenta sobre desigualdade racial na maternidade
Radioagência Nacional - Por Joalva Moraes
Publicado em 12/12/2025 15:42
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© Bruno Peres/Agência Brasil

As mulheres negras representam 62% das mães solo no país, segundo levantamento do Ministério da Saúde, e enfrentam os maiores índices de pobreza e desemprego. A desigualdade também aparece no acesso aos serviços de saúde: apenas 27% delas têm acompanhamento durante o parto.

A psicóloga perinatal e especialista em desenvolvimento infantil, Mayumi Souza, diz que dados recentes mostram como a relação entre raça, gênero e classe aprofunda a sobrecarga das mulheres afrodescendentes e limita o acesso a serviços essenciais.

"As mulheres negras, elas estão cansadas porque, na maioria das vezes, elas estão sustentando sozinha a maior carga, né, de trabalho, de carga de cuidado e violência. E assim, nas pesquisas, o que é mostrado é que assim, o racismo gera um estresse crônico que gera processos de inflamação, risco aumentado de doenças como, por exemplo, até diabetes, pressão alta, risco aumentado para depressão, ansiedade, parto prematuro", diz.

60% da mortalidade materna no Brasil atinge mulheres negras. Para a psicóloga, estes números demonstram a violência e o racismo obstétrico.

"As mulheres negras, elas são julgadas, elas são menos acreditadas na dor, então quando uma mulher chega passando por um processo de dor, é oferecido menos analgesia, por exemplo, para ela. Existe a violência obstétrica e, dentro da violência obstétrica, existe a configuração do racismo obstétrico", afirma.

A especialista ressalta que um cuidado ético e politicamente implicado deve reconhecer a raça como determinante na experiência da maternidade.

"Muitas vezes eu já ouvi de pessoas negras que elas não queriam ser mães porque elas não queriam viver a experiência de ver os seus filhos sendo violentados. E aí o meu trabalho é centrado no bem viver. Ele é centrado em ajudar essas pessoas a viverem da forma como elas merecem", aponta.

Fonte: Radioagência Nacional
Esta notícia foi publicada respeitando as políticas de reprodução da Radioagência Nacional.
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