2020 pode ser o ano da tecnologia voltada para a longevidade
22/08/2019 11:04 em Todas

Congresso que será realizado em Londres focará nos avanços da ciência na área do envelhecimento

Rio de Janeiro

 

Ano passado, Apple, Amazon, Google, Microsoft e Facebook tiveram 41% do seu faturamento nos Estados Unidos – algo em torno de 150 bilhões de dólares, o equivalente a 600 bi de reais – vinculados ao chamado “mercado da longevidade”. Traduzindo: o público acima dos 50 anos está cada vez mais ativo, presente e sedento de ferramentas e informações voltadas para um envelhecimento saudável. E quando se fala de bem-estar nessa fase da vida, estamos nos referindo a quatro pilares que merecem atenção: físico, mental, social e financeiro.

 

 

Diante desse cenário, será realizado em Londres, em abril do ano que vem, a segunda edição do Longevity Leaders World Congress. O evento reunirá as maiores autoridades mundiais no campo da longevidade, de cientistas a investidores e CEOs de empresas de seguros. Seus organizadores apostam que 2020 será o ano em que a “age tech”, isto é, a tecnologia a serviço do envelhecimento, ganhará tanta visibilidade quanto as “fintechs”, as startups financeiras que são as queridinhas do mercado.

 

O cientista inglês Aubrey de Grey, um dos participantes do Longevity Leaders World Congress — Foto: Divulgação

O cientista inglês Aubrey de Grey, um dos participantes do Longevity Leaders World Congress — Foto: Divulgação

 

 

O congresso pretende se debruçar sobre um tripé: a ciência do envelhecimento (ageing science) e seu potencial de novos tratamentos que aumentem a expectativa de vida; bem-estar na velhice (ageing well), que inclui os produtos e serviços voltados para este segmento; e os riscos da longevidade (longevity risk), com as métricas do impacto econômico desse processo. Afinal, uma humanidade mais longeva exige saídas para viabilizar que as pessoas tenham a segurança financeira de que precisam.

 

 

Um dos participantes é Aubrey de Grey, polêmico cientista inglês que trabalha com a proposta de uma medicina regenerativa, capaz de “derrotar” o processo de envelhecimento. Ele esteve na primeira edição, realizada em fevereiro deste ano, e prevê que, em menos de duas décadas, haverá tratamentos capazes de reparar os danos causados pelo passar dos anos antes que se transformem em patologias. Na sua opinião, isso derrubará o que chama de “fatalismo” de imaginar que a idade cronológica avançada de uma pessoa significa que sua vida está perto do fim. “Se não formos nesta direção estaremos condenando um monte de gente a uma morte prematura, e isso para mim é imoral”, diz.

 

 

Por volta de 2050, haverá no planeta mais gente acima dos 60 do que crianças e jovens entre dez e 24 anos. O poder de consumo dos idosos estará na casa dos 17 trilhões de dólares (a astronômica cifra de quase 70 trilhões de reais), mas o envelhecimento da população mundial terá impacto em todos os setores: trabalho, lazer, finanças, serviços de saúde, educação. As políticas públicas e o mundo dos negócios ainda engatinham quando se trata do tema, mas essa já é uma realidade que demanda ações a serem postas em prática o quanto antes.

 

 

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