Ernesto Araújo diz que não houve golpe em 1964 e que movimento dos militares foi 'necessário'
27/03/2019 17:25 em Todas

Por Mateus Rodrigues, TV Globo — Brasília

 

 

 

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira (27) que não considera que tenha havido um "golpe" no país em 1964. Segundo ele, o que houve na ocasião foi um "movimento necessário" para que o país não se tornasse uma "ditadura".

 

O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964. Após o ato, iniciou-se uma ditadura que durou 21 anos. No período, não houve eleição direta para presidente. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.

 

A declaração de Araújo foi dada em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. A pergunta fazia referência à orientação, dada pelo presidente Jair Bolsonaro, para que quartéis celebrassem o 31 de março, em referência ao dia do golpe militar.

 

 

    | "Vossa Excelência me perguntava se eu considero 1964 

    | um golpe. Eu não considero um golpe. Considero que 

    | foi um movimento necessário para que o Brasil não se 

    | tornasse uma ditadura. Não tenho a menor dúvida 

    | disso. Essa é minha leitura da história", disse o 

    | ministro.

 

 

Após a resposta de Ernesto Araújo, deputados voltaram a questionar a fala do ministro: "Não considera um golpe?", "Não teve ditadura no Brasil?", entre outras perguntas. O momento foi interrompido pelo presidente da comissão, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP):

 

"Por favor, vamos continuar com a palavra aqui do ministro, todos ouviram pacientemente os deputados, agora é a vez de o ministro falar, depois a gente abre novamente para as considerações", disse.

 

Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime militar ou desapareceram durante o período – somente 33 corpos foram localizados.

 

Diante disso, a comissão entregou em 2014 à então presidente Dilma Rousseff um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

 

________________________________________________________________________________________________________________

Confira mais no G1 Notícias.

 

 

 
COMENTÁRIOS